ESPINHO ENAMORADO
Ó mar, eu bem compreendo
Pois entendo,
Da fúria a tua razão.
Como alguém,
Vai sofrendo, padecendo...
Não presta o amor d'um verão.
Ó mar, eu também amei...
Tanto passei,
Sofri os meus azedumes.
Não fiz como tu,
Calei, aguentei...
Só hoje te dou queixumes.
Se eu fosse o mar, certamente,
Quem desmente?
Também só queria pra mim
Espinho sempre atraente
A toda a gente,
Que a sorrir mostra marfim.
(Manuel Sancebas)