sábado, 8 de março de 2014

Espinho enamorado

ESPINHO ENAMORADO

Ó mar, eu bem compreendo
Pois entendo, 
Da fúria a tua razão.

Como alguém,
Vai sofrendo, padecendo...
Não presta o amor d'um verão.

Ó mar, eu também amei...
Tanto passei,
Sofri os meus azedumes.

Não fiz como tu,
Calei, aguentei...
Só hoje te dou queixumes.

Se eu fosse o mar, certamente,
Quem desmente?
Também só queria pra mim
Espinho sempre atraente
A toda a gente,
Que a sorrir mostra marfim.

(Manuel Sancebas)