domingo, 31 de julho de 2011

Saudades

Palavras fora da boca,
São pedras fora da mão.
Abençoadas pedradas
Que as tuas falas me dão!

As tuas palavras
São tão maviosas,
Que sabem a frutos
E cheiram a rosas!

Eu não compreendo a saudade
Que eternamente em mim vive...
Saudades que tem saudade
De saudades que eu já tive!...

Saudades das ondas
Que ao longe morreram...
Saudades dos beijos
Que nunca se deram.

Musica - Fausto Neves
Poesia - Carlos de Moraes
Cançoes da Beira-Mar 1931

(dedicado à sua esposa)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Vareira (Cançao de Espinho)


Minha linda vareirinha, tão vaidosa...
Quem te fez assim tão linda, minha rosa?!
Ai certamente o mar dolente sobre a areia,
Foi quem te deu toda essa graça de sereia!

Vareira...
Santa da minha fé!
- não dês ao lindo pé
...dessa maneira!

Tu dás ao pe desse jeito, para que o vejam...
E olha as ondas gostam tanto que até o beijam!
Ai certamente o mar dolente ó vareirinha,
Foi quem te deu toda essa graça de andorinha!

Vareira...
Santa da minha fé!
- não dês ao lindo pé
...dessa maneira!

Se não fora o teu encanto permanente,
Nem o mar valia tanto, certamente!
Vendo o teu corpo airoso e lindo, as próprias ondas
Sao mais coquettes, mais perfeitas, mais redondas!...

Vareira...
Santa da minha fé!
- não dês ao lindo pé
...dessa maneira!


musica - Fausto Neves
letra - Carlos de Moraes
(dedicado a Maria Fernanda Pinheiro de Morais)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Amar Espinho


Espinho te queremos tanto
Tu sabes dar amizade
Tu és terra de encanto
De amor e de saudade

Espinho és uma flor
Nascida à beira-mar
Desabrochando, dá amor
Que as pétalas nos vêm dar.

Gosto de ti, é verdade
Porque havia de negar
A minha grande vontade
Era um dia te beijar.

Tanto amor em ti cintila
Espinho linda cidade
Foste lugar, foste vila
E chegaste a cidade.

Ai como é bom amar
Também é bom ser amado
Senão é como nadar
Em cima do mar coalhado

Às vezes fico a pensar
Como há tanta crueldade
Que queria poder acabar
Para nascer a amizade.

(do poeta espinhense José Hermínio)